domingo, 18 de maio de 2008

Olhares desnudos

Olhares que me encaravam de frente e que me tornavam desnuda

Olhares insuportáveis que expressavam a vontade de ser o outro

Acendo um cigarro, tomo um gole de cerveja e tento na distração do meu ser esquecer tais olhares.

Porque me importunam, o que querem de mim?

Eu que só quero deixar os meus pensamentos vagarem em meio aquela paisagem incessante com o céu estrelado, a água corrente, a lua, o balanço das folhagens.

Nesse mundo com tantas coisas a serem observadas porque o observado sou eu . Eu que só quero no meu canto admirar o encanto dos seres ao meu redor .

Encontro o desencanto do ser que deveria ser tão precioso quantos os outros.

O ser humano que na cegueira da inveja torna imperceptível pormenores daquele dia fugidio.

Os olhares que me desnudam me tornam mudo diante deste mundo.

Não tendo olhos bastantes a contemplarem, esses olhos se perdem na insensatez da mediocridade humana.

Autoria própria.

Um comentário:

lesly disse...

nossa!
me vi neste poema!
parábens!