“É a noite, são as ondas deste mar e os roucos sussurros de Janis cantando Summertime”, me dizia ela, mas eu precisava lhe dizer que não, querida, é mais que isso que traz para nós esse poder mágico. Somos tão diferentes, entretanto somos cúmplices desta noite consagrada. Somos nós que trazemos para as ondas que quebram na areia fina desta praia este brilho sedutor, são nossas vozes combinadas que fazem essa melodia ser tão agradável, é o que compartilhamos que nos tornaram eternas na madrugada passada, não foi a música nem o frio que fizeram daquele carro o melhor lugar para se estar naquele instante. Não foi o doce prazer do paladar que nos satisfez, mas todas em volta da mesa, na maior das liberdades atingidas, a de nos desfrutar, uma da presença da outra, estávamos vivendo queridas, estávamos exercendo o milagre de existir. É a beleza de cada peculiaridade combinada com a condição que compartilhamos, e não tente, doce menina, medir qual de nós aguçamos mais essa condição, ser mulher nunca vai ser miscível, mesmo porque como disse a outra gota deste vinho, essa condição não possui parâmetro. Nós soubemos viver amores, somos o corpo de um fino vinho, nós nos vivemos nesta noite entorpecedora. Não vivemos o paladar nem a audição nem a visão, vivemos algo muito mais sublime, vivemos nesta noite nossa condição de mulher, compartilhada num êxtase que nunca mais viverão em outro lugar se não naquele tempo e espaço da noite passada.
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Um comentário:
ei,se vira!quero uma foto minha aí!
rsrsrsr
bjão minha flor,
se cuida
bjos saudosos
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