segunda-feira, 16 de junho de 2008

A Ética do Assalto

Tudo bem. Este título é totalmente sem lógica e sem sentido. Assalto é assalto, ética é ética. Mas não foi bem assim que Joana achou, pois havia lido a poucos dias uma definição sobre ética que dizia: conjunto de regras que orientam a conduta em uma atividade profissional.

Ao chegar ao ponto de ônibus, ansiosa em saber se o coletivo que contava já havia passado ou não, um rapaz se aproxima e diz:

- Fique quieta e passa o celular. Eu só quero seu celular!

Como muito bem havia aprendido com as recomendações de especialistas em segurança, ela não reagiu. Pegou prontamente o celular na bolsa e entregou ao rapaz e se dirigiu ao sinal para poder atravessar a rua e sair daquela situação desagradável. Entretanto o rapaz se aproximou um pouco mais enquanto ela caminhava e disse:

- Agora passa o dinheiro. Se gritar eu taco este celular na sua cabeça!

Joana não pensou duas vezes e resmungou que não. Como poderia o homem quebrar o acordo feito há segundos atrás, de só levar o celular? Joana não discutiu com o homem nem muito menos se mostrou provocativa. Apenas seguiu andando enquanto ele se aproximava de outras duas mulheres. Atravessou a rua e se dirigiu até sua casa. Escolheu dar as costas ao rapaz, e este resolveu não tacar o celular em canto algum, afinal, o objetivo inicial de sua missão era sair com um celular de lucro sem gritos e conflitos e não com um celular quebrado e uma cabeça ferida. Que bom para Joana que o objetivo do rapaz era este, afinal, o acordo só existia na cabeça dela!

PS: me desculpem a invasão da segunda, mas é pq eu precisava desabafar!!!rsrsrs

2 comentários:

João Jales disse...

Todos somos reféns de nós mesmos, criminosos inconscientes, arrebatados pelo súbito desejo de fazer o bem (mesmo que a um ladrão)a alguém.

No fundo, no fundo, ele podia não merecer, mas a distribuição já se tornou caótica demais pra sabermos quais são os vilões e heróis desse universo.

Nos resta matar um leão por dia, e nos escondermos pra comermos suas carniças, e não dividí-las parece ser a única oportunidade de lucro.

Bons Ventos.

Patricia disse...

Arrisco dizer que sei bem quem são os vilões desta história toda!
Estes vilões, dificilmente são assaltados, pois não andam em coletivos nem batem perna por aí... Eles andam em carros blindados, rodeados por seguranças, almoçam em restaurantes finos e se embebedam de uísque 12 anos! Estes assaltantes não abordam os assaltados, a não ser para dizer o quanto são bons e justos!