segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pobre Meu Pai

Quanto punhos espalhados no ar
Oito olhos vigiando o quintal
E o meu coração de vidro
Se quebrou

Doido meu pai
Sete bocas mastigando o jantar
Sete loucos entre o bem e o mal
E o meu coração de vidro
Não parou de andar

Pobre meu pai
A marca no meu rosto
É do seu beijo fatal
O que eu levo no bolso
Você não sabe mais
E eu posso dormir tranquilo

Amanhã, quem sabe?

Hoje, meu pai
Não é uma questão de ordem ou de moral
Eu sei que posso até brincar
O meu carnaval
Mas meu coração é outro

Simples, meu pai
Faça um samba em quanto o bicho não vem
Saia um pouco, ligue o radio, meu bem

Não ligue, que a morte é certa
Não chore, que a morte é certa
Não brigue, que a morte é certa

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