terça-feira, 26 de maio de 2009
Aquele tempo que tudo resolve
O tempo do Deus Sol
Que irradia exuberância
Que queima a pele e faz arder a alma
Um tempo onipotente e onipresente
O tempo da abonância
Mas as nuvens insistem em aparecer
E o sol a desaparecer
O céu escurece, as nuvens se enchem de água
Que cai como lágrimas de olhos cansados
De ansear
Por esse tempo
Que tudo resolve, mas nada dissolve
Autoria própria.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Leminski Leminski Leminski
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
Donna mi priega 88
se amor é troca
ou entrega louca
discutem os sábios
entre os pequenos
e os grandes lábios
no primeiro caso
onde começa o acaso
e onde acaba o propósito
se tudo o que fazemos
é menos que amor
mas ainda não é ódio?
a tese segunda
evapora em pergunta
que entrega é tão louca
que toda espera é pouca?
qual dos cinco mil sentidos
está livre de mal-entendidos?
nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez
Aço e Flor
Quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.