quinta-feira, 14 de agosto de 2008

PARA OUVIDOS ATENTOS (Com o perdão do clichê)


Já faz um tempo, mas como muitos ainda não conhecem o som destes paulistanos, decidi que vale a pena tocar no assunto. Em 2004, já com alguma fama no circuito musical alternativo devido a intensidade de seus shows mais do que pela musica em si (isso é normal - e desejável - em se tratando de rock'n roll), a banda Ludovic lançou o disco "Servil", seu perturbado disco de estréia. Hoje eles lançam o disco "Idioma Morto", já reconhecidos pelo Brasil para quem é atento à produção roqueira em terras tupiniquin e sabe que, para além de Charlie brown e Tijuana, temos coisas como Móveis Coloniais de Acajú, Diagonal, a renovada Nação Zumbi, Mallu Magalhães o projeto 3 na Massa e a banda em questão, Ludovic. O novo disco está a disposição no site Trama Virtual (http://www.tramavirtual.com.br/), mas o velho só correndo atrás. Eu corri. Não muito, em tempos de mp3. Mas o fato é que, para quem gosta de um som visceral, louco e por vezes diabólico, e que tenha um pouco de sado-masoquista no que diz respeito a letras ("comparado a mim, ele é um semi-deus", é tudo que diz a letra de "ombro a Ombro"), vai sentir o sangue jorrando dessas letras e sacar porque, em tempos de tantas sub-sub classificações na musica, o simples rótulo de Rock já explica muita coisa. Dançar loucamente, se vestir de uma melancolia eufórica típica de um maníaco-depressivo e vibrar sem ter na verdade o que comemorar, por que o disco é um uivo de derrrota (terceiro clichê: ouvidos atentos, som visceral, e essa agora, uivo de derrota. Repararam?). Como se Ian Curtis, depois de assistir "O idiota" de Herzog e ouvir Iggy Pop, ao invés de se enforcar, tivesse gravado um disco com alguma banda punk enlouquecida. E o resultado é isso. Gritos e sussurros da melhor qualidade. Vou deixar uma amostra de uma letra, e amanhã baixarei o disco novo. Tente. E aproveite.
P.S: Sim, este é o título da Musica.
Teoria e Prática na voz de um Veterano Ofegante
Quanto ao discurso que eu deixei por fazer
É só outra coisa que eu deixei por fazer
Eu assumo a culpa, eu assumo a culpa.
Foi a pior ofensa que eu já ouvi
Mas foi a melhor oferta que eu já recebi.
Eu assumo a culpa, eu assumo a culpa,
Eu assumo a culpa.
Mande lembranças por mim.
Guarde os restos pra mim.

Um comentário:

João Neto disse...

Não conheço. Por estas paragens aqui é sempre mais difícil chegar som alternativo.