Já repararam como o consultório odontológico parece com aqueles filmes de ficção científica em que o extraterrestre rapta um terráqueo para abri-lo e examiná-lo. Foi mais ou menos assim que eu me senti naquela maca com aquele olinhos em cima de minha cabeça, aquelas mãos com luvas, máscaras, toucas, jalecos (tudo muito branco), fora aquelas brocas, pinças, sugador de saliva, tudo aquilo dentro da minha boca, que não é tão pequena, mas eu sou capaz de jurar que não cabia. E a moça com aquele suga-saliva, o que tinha de bonita tinha de desajeitada, quase me deixou desidratada, e por pouco não levou a minha língua com o dente, bochecha e tudo junto. Mas tenho que confessar, a vista lá de cima era linda!
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
PARA OUVIDOS ATENTOS (Com o perdão do clichê)
Já faz um tempo, mas como muitos ainda não conhecem o som destes paulistanos, decidi que vale a pena tocar no assunto. Em 2004, já com alguma fama no circuito musical alternativo devido a intensidade de seus shows mais do que pela musica em si (isso é normal - e desejável - em se tratando de rock'n roll), a banda Ludovic lançou o disco "Servil", seu perturbado disco de estréia. Hoje eles lançam o disco "Idioma Morto", já reconhecidos pelo Brasil para quem é atento à produção roqueira em terras tupiniquin e sabe que, para além de Charlie brown e Tijuana, temos coisas como Móveis Coloniais de Acajú, Diagonal, a renovada Nação Zumbi, Mallu Magalhães o projeto 3 na Massa e a banda em questão, Ludovic. O novo disco está a disposição no site Trama Virtual (http://www.tramavirtual.com.br/), mas o velho só correndo atrás. Eu corri. Não muito, em tempos de mp3. Mas o fato é que, para quem gosta de um som visceral, louco e por vezes diabólico, e que tenha um pouco de sado-masoquista no que diz respeito a letras ("comparado a mim, ele é um semi-deus", é tudo que diz a letra de "ombro a Ombro"), vai sentir o sangue jorrando dessas letras e sacar porque, em tempos de tantas sub-sub classificações na musica, o simples rótulo de Rock já explica muita coisa. Dançar loucamente, se vestir de uma melancolia eufórica típica de um maníaco-depressivo e vibrar sem ter na verdade o que comemorar, por que o disco é um uivo de derrrota (terceiro clichê: ouvidos atentos, som visceral, e essa agora, uivo de derrota. Repararam?). Como se Ian Curtis, depois de assistir "O idiota" de Herzog e ouvir Iggy Pop, ao invés de se enforcar, tivesse gravado um disco com alguma banda punk enlouquecida. E o resultado é isso. Gritos e sussurros da melhor qualidade. Vou deixar uma amostra de uma letra, e amanhã baixarei o disco novo. Tente. E aproveite.
P.S: Sim, este é o título da Musica.
Teoria e Prática na voz de um Veterano Ofegante
Quanto ao discurso que eu deixei por fazer
É só outra coisa que eu deixei por fazer
Eu assumo a culpa, eu assumo a culpa.
Foi a pior ofensa que eu já ouvi
Mas foi a melhor oferta que eu já recebi.
Eu assumo a culpa, eu assumo a culpa,
Eu assumo a culpa.
Mande lembranças por mim.
Guarde os restos pra mim.
domingo, 10 de agosto de 2008
Não Vale A Pena
Ficou difícilTudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonharPular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Maria Rita
Sobrou meu velho vício de sonharPular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Maria Rita
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